sexta-feira, 22 de julho de 2011

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Identidade cultural e meio ambiente
Por Olivio Jekupé


É importante saberem que no Brasil temos várias etnias, por exemplo, guarani, xavante, kaiapó, terena, bororo, kaingang, pataxó e muitas outras e cada uma com sua língua própria, religião de seu povo( religião tradicional ensinada pelos antepassados antes da invasão dos portugueses) e a maioria das aldeias com escolas dentro da própria aldeia com uma escola diferenciada, isto é, onde nossos adolescentes ou jovens aprendem além de tudo a sua própria cultura, com professor da própria comunidade e com direito garantido através das lutas pelos nossos líderes do passado.

Quero dizer que nossos parentes jovens e adolescentes têm que serem fortes na cultura porque dependemos deles para que a cultura continue firme, porque vivemos num País com uma imensa população cheia de tecnologia ao nosso redor e que não podemos deixar que sejam afetados por tudo isso, por outra cultura dominante e acredito que esses jovens de hoje precisam aprenderem que somos um povo, uma nação diferente mas não inferior e muitas vezes acontece que uns se sentem vergonha de serem índio e não quer seguir a cultura do seu povo. Por isso nós que somos pais temos que educar bem nossos filhos para que os jovens cresçam com sabedoria e valorizando o que é.

E uma das coisas que mais fortalece a preservação da cultura indígena é a língua e a religião, por isso, desde criança tem que falar a língua de cada povo e outra coisa é seguir a religião, por exemplo, o guarani tem a sua própria. Muitas vezes outras religiões entram nas aldeias e tentam pregar dizendo que nossa religião está errada, e por isso é que temos que educar nossos adolescentes ensinando nossa cultura e valorizando para que não seja massacrada pelas conversas dos não indígenas.

Por isso quero dizer que temos que ensinar nossos adolescentes a valorizarem a tudo isso que vivemos culturalmente e valorizar principalmente o nosso modo de vida, de vivermos no meio da mata, de caçar, de pescar, de fazer uma fogueira para fazer uma comida, não ter vergonha de andar descalço.

E essa forma de gostarmos de vivermos no meio da mata, acredito que é uma das grandes importância para o mundo, e temos que continuar assim, porque com isso os adolescentes continuarão preservando a mata. Já os não índios criticam dizendo que os índios não vão fazer nada com a terra e por que tanta terra? E muitos não entendem que a floresta está correndo um risco imenso de ser acabada, porque os não índios estão destruindo. E quanto a nós indígenas devemos continuar educando nossos adolescentes e jovens a continuarem assim, porque vivendo assim estamos salvando o mundo, o aquecimento global está aí na cara de todos e mesmo assim muitos não prestam atenção. Sendo assim quero dizer que aos nossos jovens adolescentes e jovens o futuro de nossas culturas e meio ambiente estão em suas mãos, sejam fortes.

Por exemplo, quem conhece o mato Grosso sabe que hoje é um Estado deserto, sem floresta, e onde existe floresta pode se dizer que são nas áreas indígenas, por isso que é importante o modo de vida indígena de viver culturalmente no meio da mata sem ter que destruí-la, do contrário Mato Grosso não teria mais nenhuma árvore. Por E seria interessante que os adolescentes não indígenas pudesse aprenderem a valorizar a mata também do mesmo modo que nossos adolescentes para o bem de nosso planeta, e que é de todos, índios e não índios.




Texto escrito por:
AUTOR DE VÁRIOS LIVROS, O ÚLTMO LIVRO
AJUDA DO SACI, EDITORA DCL


Olivio Jekupé: ESCRITOR E POETA, LIVROS- 500 anos de angustia, Iarandu o cão fanlante, Xereko arandu a morte de kretã, Verá o contador de história, Arandu ymanguare, O saci verdadeiro, Ajuda do saci, Indiografie publicado na Itália.

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